21 de janeiro de 2011

Entre os atletas cubanos... e o Cesare Battisti, há o que pensar!

Daidy Peterlevitz
Dois pesos e duas medidas do governo brasileiro. Vamos relembrar. os pugilistas cubanos Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux que tentaram escapar da delegação cubana durante os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio e foram entregues pela Polícia Federal ao governo cubano. Estão hoje refugiados nos Estados Unidos. Lara, hoje, garante que não tem mágoas do País. E mantém, a versão de que nunca queria ter saído do Brasil.
Em 2007 o então presidente Fidel Castro prometeu que os perdoaria pela tentativa de fuga. Mas os pugilistas contam que a história não foi bem assim, ao chegar a Havana Rigondeaux foi afastado e, apesar de ser bicampeão mundial e olímpico, não representou mais Cuba em competições. Lara nunca mais voltou a lutar em seu país.
Os dois tiveram de esperar mais dois anos para conseguir se reunir de novo fora de Havana. O primeiro a deixar Cuba foi Lara. O pugilista contou que usou uma lancha em uma praia afastada em Cuba no meio da noite e conseguiu chegar ao México. Rigondeaux também usou o México como plataforma para depois atingir Miami, no dia 22 de fvereiro de 2009. Então, foram, logo, entregues pelo Brasil e... eram atletas, não assassinos! Já o... Cesare Battisti, relembremos:
O Parlamento Europeu vota, no dia 20/01, uma resolução assinada por todos os grupos políticos italianos que pede a extradição do ex-militante Cesare Battisti.
A resolução visa defender o recurso do governo italiano contra a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de manter Battisti no Brasil.
O texto também pede a intervenção política da chefe de diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton no caso.
Para sensibilizar os membros do Parlamento, os representantes italianos agendaram para a próxima quarta-feira uma coletiva de imprensa em Bruxelas com os parentes das vítimas do ex-militante, que é condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
Os familiares das vítimas também devem se reunir, no mesmo dia, com o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek.
Já em Brasília... O Democratas (DEM) aderiu ao entendimento do governo italiano de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poderia ter negado a execução da extradição do ex-ativista comunista Cesare Battisti, condenado no seu país por quatro homicídios, no fim da década de 70. O partido ajuizou no dia 12 de janeiro, no Supremo Tribunal Federal, ação de inconstitucionalidade contra o parecer da Advocacia-Geral da União, segundo o qual a extradição – embora aprovada pelo plenário da Corte, por 5 votos a 4 – dependia da palavra final do presidente da República.
A ficha do cujo. Battisti foi condenado pela justiça italiana à prisão perpétua, com restrição de luz solar, pela autoria direta ou indireta dos quatro homicídios atribuídos aos PAC – além de assaltos e outros delitos menores, igualmente atribuídos ao grupo. Na Itália é considerado um terrorista. No entanto, Battisti se diz inocente. Viveu na França, onde trabalhou como escritor, editor e zelador de um prédio. Por duas vezes, reiterados pedidos de extradição foram negados pela Corte de Acusação de Paris, até que, em fevereiro de 2004, o Conselho de Estado da França analisou novo pedido e autorizou que Cesare Battisti fosse extraditado. Antes que o decreto fosse assinado, Battisti fugiu para o Brasil. Em 2007 o governo da Itália apresentou o pedido de extradição, seguindo-se a prisão preventiva de Battisti. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal autorizou a extradição, mas definiu que a decisão final caberia ao presidente da República. Battisti permaneceu preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília até dezembro de 2010.
Em 31 de dezembro, através de nota divulgada pelo Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que decidira não conceder a extradição do ex-militante italiano... Esperemos que, pelo menos a Dilma bote ordem na casa, com um só peso e uma só medida. Já sobram assassinos por aqui, sem que os importemos, é ou não é?

Um comentário:

Daidy Peterlevitz disse...

pesos e duas medidas!
Meu abraço, Daidy.

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Quem sou eu

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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.