20 de janeiro de 2012

Brasil chorando


Na cidade de Joinville houve um concurso de redação na rede municipal de ensino. O título recomendado pela professora foi: "dai pão a quem tem fome".
Incrível, mas o primeiro lugar foi conquistado por uma menina de apenas 14 anos de idade.
E ela se inspirou exatamente na letra de nosso Hino Nacional para redigir um lindo texto, que demonstra que os brasileiros verde amarelos precisam perceber o verdadeiro sentido de patriotismo.
Vejam o texto dessa jovem, que vem a ser uma demonstração pura de amor à Pátria e uma lição a tantos brasileiros que já não sabem mais o que vem a ser este sentimento cívico.
“Certa noite, ao entrar em minha sala de aula, vi num mapa-mundi, o nosso Brasil chorar:
O que houve, meu Brasil brasileiro? - Perguntei-lhe!
E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante
sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas:
- Estou sofrendo. Vejam o que estão fazendo comigo...
Antes, os meus bosques tinham mais flores e meus seios mais amores. Meu povo era heróico e os seus brados retumbantes.
O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante.
Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes?
Eu era a Pátria amada, idolatrada.
Havia paz no futuro e glórias no passado.
Nenhum filho meu fugia à luta.
Eu era a terra adorada e dos filhos deste solo era a mãe gentil.
E era gigante pela própria natureza, que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula.
E não suportando as chorosas queixas do Brasil, saí de casa e fui para o jardim. Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandece no lábaro que o nosso país ostenta estrelado.
Pensei...conseguiremos salvar esse país sem braços fortes?
Pensei mais...quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz?
Voltei à sala mas encontrei o mapa silencioso e mudo, como uma criança dormindo em seu berço esplêndido.”
Que exemplo!
O texto nos remete a uma reflexão muito séria quanto ao nosso papel na sociedade, especialmente levando em conta o fato de sermos uma minoria absoluta no nosso querido Brasil de analfabetos.
O momento é mais do que oportuno para seguirmos o exemplo da jovem, tomando uma posição firme e decisiva nas campanhas eleitorais que estão por vir.
Não é estranho para ninguém que nosso querido Brasil mergulhou numa crise sem precedentes, afetando direta e mais profundamente, exatamente os irmãos que têm pouca ou nenhuma educação e cultura e que, infelizmente, decidem efetivamente com seus votos o quadro político que estará (ou continuará a estar) à frente de nossos destinos.
O que fazer? Ficaremos acomodados? Deixaremos as coisas como estão? Continuaremos apenas olhando o maior show de corrupção de nossa história? Seremos cúmplices (por omissão), de um quadro que chega às raias da criminalidade (em todos os sentidos)?
Não dá mais para sermos apenas eleitores. Não basta cumprir com o dever cívico cravando um x em nosso candidato. O Brasil precisa dos que possuem esclarecimento um pouco acima da média. Nosso povo, especialmente o mais humilde, precisa de nossa orientação, nossa ajuda mesmo, com relação aos que se propõem ocupar as vagas públicas em todos os níveis.
Só nos resta uma revolução pacífica, porém intensa e generalizada, manifestada pela atitude patriótica na condução dos que ainda não sabem o melhor caminho e não têm a escolha certa com relação aos candidatos constantes das urnas.
Assim como a jovem demonstrou seu amor à Pátria, redigindo um texto tanto patriótico quanto exemplar, devemos deixar o conforto de nossos lares e ir à luta, orientando cada brasileiro ainda em dúvida ou sem o esclarecimento necessário, fazendo com que nos livremos em definitivo dos “cânceres” de nossa política e tenhamos em seu lugar, apenas aqueles comprometidos com o bem social.
O Brasil pode vir a ser um dos melhores países do universo para se morar e manter nossas famílias.
Porém a atitude pró-ativa em busca dessa mudança, orientando os milhões de analfabetos que têm direito ao voto, mas que infelizmente não sabem da importância daquele ato simples de sinalizar um x no número do candidato.
Talvez a única saída seja mesmo a luta corpo a corpo junto a esse universo excluído da formação educacional e sem o mínimo de condição para escolher os mais adequados ao nosso Brasil, neste momento tão difícil, decisivo e importante para a solução de nossos problemas.
Brasil:
Mais do que nunca precisamos entoar o nosso hino:
“Um filho seu não foge à luta”.

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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.