14 de fevereiro de 2011

Casar-se de novo

por Arnaldo Jabor

Meus Amigos separados não cansam de perguntar como consegui ficar
casado 30 anos com a mesma mulher.
As mulheres sempre mais maldosas que os homens, não perguntam à minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.
Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o
segredo para manter um casamento por tanto tempo.
Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário.
Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue:
Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém
agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade.
Eu, na realidade já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que casei três vezes com a mesma mulher.
Minha esposa, se não me engano está em seu quinto, porque ela pensou
em pegar as malas mais vezes que eu.
O segredo do casamento não é a harmonia eterna.
Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher.
O segredo no fundo é renovar o casamento e não procurar um casamento
novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no
dia-a-dia do casal.
De tempos em tempos, é preciso renovar a relação.
De tempos em tempos é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar,
seduzir e ser seduzido.
Há quanto tempo vocês não saem para dançar?
Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial?
Há quanto tempo não fazem uma lua-de-mel, sem os filhos eternamente
brigando para ter a sua irrestrita atenção?
Sem falar dos inúmeros quilos que se acrescentaram a você depois do
casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 kg em um único
mês - por que vocês não podem conseguir o mesmo?
Faça de conta que você está de caso novo....
Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar
lugares novos e desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento,
trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo, a maquiagem.
Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge.
Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou o mesmo marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas.
Muitas vezes não é a sua esposa que está ficando chata e mofada, é
você, são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração.
Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um
dos prazeres da separação.
Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo circuito de amigos.
Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso.
Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar.
Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o
casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas se você se separar sua nova esposa vai
querer novos filhos, novos móveis, novas roupas e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.
Não existe essa tal 'estabilidade do casamento' nem ela deveria
ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos.
A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma
'relação estável', mas saber mudar junto.
Todo cônjuge precisa evoluir estudar, aprimorar-se, interessar-se por
coisas que jamais teria pensado em fazer no inicio do casamento.
Você faz isso constantemente no trabalho, porque não fazer na própria
família? É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.
Portanto descubra a nova mulher ou o novo homem que vive ao seu lado,
em vez de sair por aí tentando descobrir um novo interessante par.
Tenho certeza que seus filhos os respeitarão pela decisão de se
manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e
evoluir unidos apesar das desavenças.
Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso de vez em quando é
necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo
par.

Noss agradecimento à Rosa Maria Farani Magaldi Ribeiro de Mendonça pelo envio do texto.

Daidy/Agnaldo

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Quem sou eu

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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

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