6 de abril de 2011

Vamos deixar com toda essa baita de corrupção e falar sobre o cotidiano.
Daidy Peterlevitz.
Só um fato cotidiano. Então, choveu pacas, no outro domingo, à noite. Aquele dia me foi feliz, fui almoçar com meu filho segundo, esposa, sogra e cunhada! Eita gente boa, até me acharam....elegante, imaginem! Desovam-me à cabana, lá pelas 16h. Domingo feliz! Só que, um pouco mais tarde, o céu ficou escuro, ia chover. Minha santa mãe Julietta, tinha pavor de tempestades. Eu não e nem o meu primogênito. Gostamos de admirar a danada da força da Natureza. Tenho um terraço grande, com 20 vasos e duas cadeiras. Numa delas me acomodei, a admirar os coriscos, aqueles bem de longe...e ouvir os trovões, depois. Mas, desta feita não deu certo! Eu me ensopei, porque vinha água por todos os lados! Minha calha pareceu entupida e o aguaceiro se espalhava. Não sou nem de sal e nem de açúcar, mas, a idade exige alguns cuidados, para não pegar pneumonia.(Meu santo pai Júlio morreu dela, ainda quando no Brasil não havia a penicilina.. Bem, lá pela meia noite, chuva calma, sequei meu terraço todo, inclusive portas e vidros lindos, daqueles jateados com areia, você os conhece. Eu não tenho preguiça e, a qualquer hora que for preciso, eu trabalho! Isto posto, sequer tomei um banho quente, já estava ensopada apenas botei meu camisolão roxo, com enormes bolas brancas. É pra espantar ladrão. Ele vê a “coisa” se assusta e dá no pé! Tem dado certo, sabia?E dormi gostoso, sonhando com meus queridos falecidos que, graças a Deus, continuam bem vivos! Acordo muito cedo, sempre, pessoa de idade não tem o que fazer na cama e...só dorme! Então era segunda feira, ainda escuro e me preparava a passear no Kartódromo, a ver todos os meus amigos! Que nada! De repente, o céu ficou de noite de novo e...valha-nos Deus, que chuvarada que veio! Água vazava pelas paredes do meu terraço, as calhas, uta que lá meia, deviam estar entupidas, meu lindo terraço alagado e eu sem poder assistir isso!...só para se saber, tanto no domingo quanto na segunda, em apenas 20 minutos, choveu 65 litros em cada meu metro quadrado. O terraço tem 30 m² e, então, foram, 1.950 litros, de cada vez! Fora no quintal! Bem...eu não preciso ir conhecer as cataratas de Iguaçu, Elas estiveram por aqui, desabando pela minha calha!
No dia seguinte, apenas amanhecido, subi na minha escada e verifiquei a calha. Estava limpinha, mas, de cima, pude ver que a Madressilva, que já morava aqui quando eu vim morar...havia invadido tudo! Ela é fortona , invadente, a tudo se agarra, dá galhos por todos os lados, e foi ela, que dá perfumadas flores, que invadiu a minha calha! Aí me veio uma cruel dúvida: o que fazer? O que não fazer? Podar já havia podado e de nada adiantou! Então fiquei pensando: “ou eu ou ela” Democraticamente, decidi que ”era eu”. Logo cedinho, comprei do amigo Osvaldo, um serrote curvo e bem forte. Só serra na volta. Diferente dos serrotes antigos, flexíveis, que serravam na ida e na volta e que, em mãos hábeis, até música produziam! Ainda não decidi se foi com dor de perder a cheirosa Madressilva ou se foi com alívio! Mas, em alguns minutos apenas, eu serrei, bem embaixo, o tronco dela. E tentei arrancar tudo! mas, foi difícil, com ela se grudava à vida! (até eu que sou mais besta). Já com meus flácidos músculos doendo, venci sobre a perfumosa e...e agora? Era uma árvore, pô!! Porém, como diz o ditado latino “finis coronat opus”, o fim coroa o serviço, eu arrastei a cuja árvore lá fora. Nova dúvida cruel: será que o caminhão do lixo levaria a árvore ou eu teria que pagar uma carrocinha?
O caminhão levou tudo, devo um agrado ao pessoal. Agora posso me sentar no meu terraço, a ver os coriscos e admirar as tempestades, de longe. Mas, já é ´abril, as águas de março se foram e...fica para o ano que vem!
Que merde!
daidypeterlevitz@hotmail.com

Nenhum comentário:

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

Arquivo do blog