10 de maio de 2010

O passado obscuro, vamos esquecer ou esclarecer?
Daidy Peterlevitz
Hum...esquecer parece que não. Ainda é cedo, há feridas abertas, não cicatrizadas, há parentes que choram seus mortos, há saudade dos desaparecidos.
Anistia. Essa palavra, do grego – amnesfia – significa “esquecimento”.O poder público, geralmente o Executivo, declara impuníveis, por motivo de ordem social, tantos quantos perpetraram certos delitos, em geral políticos. Cessam as ações persecutórias, anulam-se as condenação. Será que há, mesmo, esquecimento?
Desde os tempos coloniais, a concessão da anistia no Brasil, leva dois fatos. A tradição em reprimir as revoltas sociais (armadas ou não), partindo de governos tradicionalmente conservadores. Foi a luta, no Brasil dos anos 1970, marcada pela participação de amplos setores que reivindicavam anistia ampla, geral e irrestrita.. Ou seja, a anistia devia ser para todas as pessoas que resistiram ao autoritarismo e participaram de diferentes formas de luta. \eram adeptos dela homens e mulheres, estudantes, intelectuais, religiosos, artistas, trabalhadores das fábricas, advogados, familiares de presos políticos, dos mortos, dos desaparecidos.
Há algumas semanas, assisti às entrevistas feitas com generais que estavam no poder, nos anos de chumbo. Peremptoriamente, negaram ter havido torturas. O jornalista Wladimir Herzog, segundo um deles, não estaria preparado para um interrogatório. Os guerrilheiros, sim, a maioria recebia treinamento em Cuba, estava forte. O Herzog, simplesmente, teria ficado muito assustado e...enforcou-se!
Há parte da nossa sociedade que pretende, sim, ver elucidados todos aqueles obscuros fatos dos anos de chumbo, pretende identificar, julgar e punir os torturadores. Mas...os meritíssimos do Supremo deram o contra.
Lógico que o leitor já assistiu a um daqueles filmes em que se vai atrás dos mandões da época do Holocausto, que praticaram abuso de poder, torturaram, mataram...É um tanto difícil aceitar o “esquecimento”, diante de tanta dor, diante de tanto sofrimento...
Aguardemos pelos fatos futuros. O tempo é o pai da verdade.
Agora, há, hoje e aqui, algo que nem de longe merece a anistia, o perdão, o esquecimento. Anistia nenhuma a aqueles políticos de fixa suja!!
A sociedade brasileira já se pronunciou a respeito, quando mais de milhão e meio de assinaturas reivindica candidatos só de fixa limpa.
Bem, o pacote chegou a Brasília e...sabe, ameniza daqui, emenda dali, altera acolá e, ao que parece, até pode ser aprovado o projeto de iniciativa popular, mas bem descaracterizado.
É ano de eleição, até os aposentados e pensionistas, tão esquecidos, são agora lembrados. Um tiquinho a mais na miséria que recebem e...isso, depois de perderem cerca de 22% do salário, por conta de governos anteriores e, com Lulinha paz e amor...só perderam 40,2% !!! como nunca antes, nesse país. Não creio que ele vá desagradar a muitos eleitores, vetando os 7,7% de aumento, aprovado na Câmara Federal, na terça, o4.
Aguardemos, que o ano promete movimento, pão e...muito circo!
Lembrêmo-nos, porém,.que, em outubro, o eleitor será o corpo do júri e o juiz. Será ele o mais importante nesses “tribunais” todos e...nada de anistia aos fixa suja. Procure votar num bom...ainda deve haver alguns, tenho a ceteza!
daidypeterlevitz@hotmail.com

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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.