Caras e Caros,
A opinião pública (se isso, aliás, existir) deve estar de luto pelo melancólico fim da edição impressa do Jornal do Brasil, um dos raros baluartes da imprensa durante a resistência à ditadura, de triste e hedionda memória.
Não se pode falar de jornalismo no Brasil sem citar, com a devida distinção, o agora saudoso Jornal do Brasil, cuja redação e sucursais pelo Brasil foram verdadeira escola de jornalismo. Basta citar nomes como Castello Branco (nada a ver com o medíocre aprendiz de ditador que morreu carbonizado em circunstâncias até hoje não esclarecidas), Alberto Dines e Newton Rodrigues, que dignificam a história do jornalismo brasileiro.
Além da recomendável leitura deste artigo do jornalista Beto Almeida, publicado pela Carta Maior, fique o registro indignado de um anônimo leitor que assiste perplexo à ascensão de jornalecos serviçais de interesses inconfessáveis (desde bajulações indecorosas aos gendarmes que se sucederam no Planalto nos anos de chumbo até as mais vis manipulações que a história tem notícia), como o grupo Marinho, o qual, feito erva daninha, cresceu no entorno das ruínas do combativo diário da consciência nacional tal como a emissora do grupo, cuja expansão se deu com a questionável falência da até então poderosa Rede Tupi.
Sem saudosismo, é preciso lutar pela verdadeira liberdade de imprensa, que não pode estar submetida às leis de mercado nem dos grupelhos "empresariais", que muitas vezes se confundem com os chefetes do crime organizado, que ameaça a sobrevivência do Estado de Direito, por cuja implantação muitos verdadeiros heróis anônimos perderam a vida.
Abraços,
Roberto Buenno
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