24 de agosto de 2010

Homenagem para minhas netas. LARISSA e MARIANE

L A R I S S A, Euterpe e Terpsicore!

(Não sei se me cabe esse direito: o de passar aos jornais o texto que enviei à minha neta Larissa, no dia de seu nono aniversário, a 07/03. Arrisco, por duas bem simples razões. Uma, a invocar o "Estatuto dos idosos", de que sou... velha exemplar; outra, convidando a que todas as vovós procurem a origem dos nomes dos netos, o significado e... o que é mais importante, que passem a eles uma...instigação ao saber!).

I – A LARISSA, lua do planeta NETUNO;
II – A LARISSA, cidade grega da TESSÁLIA;
III - Um pouco sobre a GRÉCIA;
IV - As MUSAS;
V – O FINAL.

I – Foi, exatamente, no dia 2 de julho de 1989 (seu papai tinha 25 anos), que a Lua Larissa foi descoberta, pelo astrônomo Stephen Synnot, que viajava pelo espaço, na sonda norte-americana Voyager 2. Essa lua, com o nome lindo de LARISSA, fica bem pertinho do último planeta visto a olho nu, dentre os oito que giram em torno da estrela chamada SOL. O nome desse planeta é NETUNO. É o deus do mar. Ele morava num maravilhoso castelo, lá no fundo do mar e, quando queria passear pelas ondas, usava uma brilhante carruagem puxada por cavalos. Não eram cavalos pocotó comuns, não! eles, limpinhos demais, tinham as crinas bem longas...(você não vai acreditar!)...de ouro!!! Imagine comigo, Larissa, que espetáculo devia ser isso: todos os peixinhos do mar, desde aqueles pequeninos cor de rosa, vermelhos, brancos e azulados; os siris, as ostras, os caramujos, as anêmonas e os hipocampos... até aqueles bem grandes, como o polvo, com tantos tentáculos, os golfinhos, as orcas, as mamíferas baleias, alguns deles aparentados com o "Clipper"; e mais todas as translúcidas plantas que no mar existem...todos esses entes marinhos, numa atitude de respeito, abrem passagem, baixando a cabeça...porque passava, magnífica, a carruagem de um rei!! O rei Netuno!!
Juro, Larissa, que eu gostaria de ver isso.

II – Na parte norte da Grécia, em grandes e férteis planícies, há uma região importante, chamada TESSÁLIA. E você sabe qual é que é o nome da cidade principal da TESSÁLIA? É LARISSA!!

III – O seu nome, LARISSA, não vem das nossas origens: de Batchan e Ditchan – o Japão; nem daquela do vovô – a Itália; nem daquela da vovó – a Letônia. Vem da gloriosa GRÉCIA!! Ela está perto do sul da Itália, entre os mares Jônio e Egeu. E tem uma história longa e interessante, que, sei, você gostaria de aprender. O povo grego era grande pensador, grande imaginador, gostava de teatro, da música, da dança, da astronomia, da medicina,da filosofia, da poesia, da matemática, da física, da biologia... de tudo! e muito de tudo isso começou com ele e...ainda é moderno agora! E lá na Grécia, historinhas foram se criando, na imaginação. Era a Mitologia – referente aos mitos. Mito é a verdade do coração, não a verdade daquilo que nós vemos.
Mas os gregos eram das ciências exatinhas, também. Todo estudante acaba aprendendo sobre os pensadores Pitágoras, Hipócrates, Aristarco, Sócrates, Aristóteles, Platão, sobre Tales de Mileto, sobre Arquimedes... sim...há uma história interessante e cômica, sobre esse tal de Archimedes. Ele vivia pensando e pensando. Até na banheira – naquele tempo era o tonel. Não havia chuveiro. E estava preocupado, porque desconfiava que um fazedor de coroas recebia ouro, fazia a coroa encomendada, mas...misturava o ouro com mais alguma coisa. O peso da coroa era o mesmo...mas, o fazedor de coroa guardava para si o ouro substituído por outra coisa bem sem valor. Eu jamais teria pensado nisso, mas o Arquimedes, no tonel, todo ensaboado, um dia percebeu uma grande verdade científica. Era uma "lei" da física e...não é que ele ficou tão entusiasmado, mas tão entusiasmado que saiu para a rua, todo ensabonetado, espumando, e peladíssimo, gritando: EUREKA!!
(descobri!!) ??! (E foi graças àquela lei descoberta, que hoje, 2.500 anos).
depois, os navios, bem mais pesados que a água flutuam!).
Larissa, naquela antiga época, não havia computadores. Seu papai é um grego que pensa e que pensa na informática...E, não se espante se, um dia, cheio de espuma, ensabonetado...seu pai sair do chuveiro, quarentão e peladíssimo, a gritar na rua: EUREKA!! (Descobri!!).
É normal. Entre sábios.

IV – Sempre imaginando...os gregos procuravam os ideais...procuravam a perfeição e criaram entes perfeitos, as chamadas MUSAS. Eram em número de nove, todas irmãs, que era para que nós aprendêssemos que as artes, as ciências, enfim, todo tipo de conhecimento está ligado. Como as irmãs estão ligadas. As MUSAS eram filhas do rei Júpiter e de Mnemosyne e se chamavam: CLIO, que presidia a HISTÓRIA; THALIE, a gostar do teatro cômico; MELPOMENE, gostava do teatro tipo tragédia; ERATO, da elegia; POLYMNIA, da poesia lírica; URÂNIA, da astronomia; CALLÍOPE, da oratória...
Faltam duas: EUTERPE, que presidia à MÚSICA e TERPSICORE, que presidia à DANÇA. Deixei essas duas por último, porque...mais que eu estar aí, hoje, a abraçá-la... é importante você saber que eu a nomeio a MUSA LARISSA EUTERPE-TERPSICORE, grega de nome e grega na busca da perfeição... na Música e na Dança.

V – Minha grega MUSA LARISSA, gostaria de manejar esse complicado computador, de forma a fazer um final, com, no mínimo, cem corações, onde você colocasse os nomes de todas as pessoas a quem ama.
Como não sei fazer essas modernidades, imagine isso feito, mais um fundo musical:
... "Você, pode estar longe, muito longe sim, mas por te amar sinto você perto de mim e o meu coração sofrendo...
Amigos para sempre é o que nós queremos ser...na primavera ou em qualquer das estações...nas horas tristes, nos momentos de prazer... amigos para sempre...amigos para sempre...!!!
Não nos perderemos, não a esquecerei...você é minha vida, tudo que sonhei...e o meu coração sorrindo...! Amigos para sempre é o que nós iremos ser, na primavera ou em qualquer das estações...nas horas tristes, nos momentos de prazer...amigos para sempre...amigos...para...SEMPRE!!



~++~++~++~++~

A CABRITINHA

Todos conhecem uma cabritinha: ela é dócil às vezes, ágil sempre; de olhar atento e buliçoso, rasga, veloz o vento, esquece a chuva e conquista os píncaros difíceis das montanhas... em busca do infinito!!
É dócil, porém indomável!
Ela sabe, sempre, aquilo que pretende! E luta, sem nenhuma dúvida.
Aceita a todos os desafios, como se isso fosse a sua própria essência do viver!
E é!! Escolhe, muito rápido, daquilo de que precisa e, veloz, escolhe para todos os outros também!! A dúvida não lhe existe!!
Sabe quem foi a mais querida cabritinha que conheci?
A menina Mariane Otsuka Peterlevitz Frigerio.
Ela é uma lutadora, estudante de balé clássico (pela energia que ela tem, pela audácia...) acho mesmo é que deveria fazer patinação! No gelo! Sonhei com ela, a voltear as imensas pistas geladas, no mundo todo, mostrando tudo o que é capaz de fazer! Uma audácia sem limites!
Foi só um sonho, porque sou apenas a vó que... sonha!!
Sou, também, graças a Deus, a sogra!!!
Mas... minha cabritinha Mariane Otsuka Peterlevitz Frigerio, neste site de tantas crônicas, sabe que estou feliz? Mesmo longe de você?
É que existe o livro, o imorredouro livro, onde tudo fica registrado. E, sem dúvida, este despretensioso texto estará no meu próximo.
Um livro não morre, nunca! Ele lembrará seu sétimo aniversário, a ocorrer no dia 16 de janeiro de 2006, quando espero abraçá-la muito.
(Vovó, diria você, está para morrer? Por que está me contando isso tudo?)
Longe de mim a idéia de morrer!! Ainda não!! Sei que irei, direto, pro inferno !
Em que não acredito!!
Eu só lhe queria registrar o quanto você é querida a mim!
De olhos buliçosos, negros olhos que a tudo observam, dinâmica e magrinha, faz ginásticas que a mim... já são proibidas pela idade!!
(Mas eu tento!... Juro).
Além dessa dinâmica toda, a minha Cabritinha sabe ser terna e carinhosa. Lembro-me que, em janeiro, 08 de 2005, quando do casamento do titio Giulio com a titia Patrícia, havia três anjos de branco, na cerimônia, a levarem as alianças. A minha Cabritinha, a irmã Larissa e a Ana Laura, a prima pequenina, muito ainda... que, de repente, parou... em meio àquela inusitada cerimônia. A Cabritinha não teve um segundo de dúvida sequer: carinhosamente, arrastou a priminha pela mão e, com a simpatia e sorrisos de todos os convidados... a bela cerimônia continuou. Mas não foi só! No almoço do dia seguinte, na cabana, ela resolveu “cuidar” de mim, que estava com o braço esquerdo quebrado, na tipóia. “Não precisa cortar tão pequeninas as fatias de lagarto, Mariane! A vovó tem boca grande!” Peremptória, a menina-Cabrita, de cinco aninhos, asseverou: “Hoje você está doente!”
Eu “bedeci”. Fui mastigando, bem devagar, as minúsculas porções. Nesse vagaroso processo, o estômago deve ter mandado ao Centro de Saciedade, no cérebro, a mensagem: “Já chega! Se continuar comendo... vai engodar!”
Como é que a Cabritinha sabia disso???! Por uma energia Cósmica a ligar-nos... todos! A ensinar a nós que, neste mundo tão imperfeito... ainda não se sabe quem é o professor e quem é o aluno! A idade não importa! Amor e respeito, sim.
Gostaria que você, meu querido leitor, que tem filhos, irmãos, sobrinhos, netos ou primos... ou que não tem mais... ninguém... assumisse como suas estas últimas palavras do texto... porque sei que você tem uma Cabritinha, a quem possa dizer:
Eu e você somos os elos de uma contínua corrente. A da vida. Quem vem e quem se vai! Mas confio em você, querida cabritinha que, ao percorrer seu caminho, ao subir às montanhas – o que você fará, certamente – lembre-se de não esmorecer – nem de se cansar! – Porque o caminho certo é o mais difícil! O mais árduo!! Mas é o único da honra, da honestidade, da ética, e de corretas ideologias e boas!

Hoje, quase que beirando os setenta e quatro anos, sinto-me feliz! Minhas netinhas estudam nas melhores escolas e sei que isso não é fácil!
São, sempre, as primeiras no estudo e nas obrigações!
Deus que abençoe o pai delas, meu filho Mário e a esposa Cristina dele, por seguirem nosso caminho... sempre à frente e para o alto!. com a graça de Deus!
Obrigada, Senhor, obrigadão, Senhor, pela família que tenho,


COM AMOR, VOVÓ DAIDY E TODOS OS OUTROS.

Nenhum comentário:

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

Arquivo do blog