28 de dezembro de 2009

Acaso se lembra do “Rio redondo de cada um”?



Era um texto que falava sobre o guardar das lembranças. E cabe refletir, em fim de ano.
365 dias e mais oito horas. É muito ou é pouco? A vida é uma corrente e o andar do tempo nada significa aos elos novos, às crianças, sedentas do saber, do conhecer o mundo (a escola não ajuda em nada) e no mais das vezes...ficam sem repostas. Já no lado oposto, que eu chamaria de apostolado...estão os idosos a agradecerem a cada minuto mais de vida. O tempo é o maior perigo, ou o grato amigo, quando acaba a vida de quem está sofrendo muito.


É fim de ano, novamente. E, durante todos esses 365 dias mais seis horas, você, meu caro leitor, esteve em festas de aniversários, em festas de casamento, em velórios, em reuniões da sua Igreja, em reuniões do Sexo-No-Iê, esteve em clubes, procurou saber sobre a atuação dos políticos, fez excursões ou...só ficou em casa mesmo!


Tentemos nos entender.Em todas essas atividades, há o que se pode de chamar “visível” a todos: a beleza da noiva, a alegria da criança aniversariante, as cores das bexigas, a tristeza nos velórios, a corrupção (nem de todos) os políticos, a beleza da paisagem na excursão, ou a solidão de quem vive só!


Esse “visível” a todos é guardado num grande baú, e partilhado por muitos.


É o “baú das lembranças”, um tanto coletivas.


Há um outro, deveras importante e nada coletivo, da mesma pessoa que viveu isso tudo.


É bem menor e não partilhada, por ninguém. É só dela.


Numa festa de aniversário, chega o grande bolo, de chocolate. O amiguinho convidado, em sendo alérgico a chocolate, guarda um sentimento de repulsa, que é só dele. E...a sensação é guardada no “bolso da lembrança” só dele.


Na poda de um jardim antigo, um cheiro persiste, gostoso e forte, e, pela sua vida toda, quando o sentir, relembrará do passado, porque ele está no seu “bolso de lembrança”. É só sua.


A música, então, é poderosa no “bolso da lembrança” de cada um! A emoção sentida, no fundo do peito, ao cantar o Hino da Pátria, subindo a Bandeira! É só de você.


A inesquecível melodia do baile em que, carinhosamente, enlaçou sua querida! A emoção é só de você, íntima, não partilhada. Creio que nada preciso mais explicar disso. Lembra-se do filme, com o personagem recentemente falecido, em que o amor tão grande, rompe as barreiras entre a vida e a morte? “Oh, my love, my darling, I want for your touch...time so long…,… are still there?


A alguns, sequer impressionou, a outros, o sentimento ficou gravado no “bolso da lembrança”.


E, todo cheiro saudoso que sentir, todo o acorde de melodia, toda e cada cor...ao longo de sua vida, isso tudo voltará, nos acordes de seu coração. É o rio redondo de cada um!

 é o ir e vir das águas, nos chamando a um instante só de cada um!é o retornar na vivência de cada momento!


Neste final de ano, gostaria de desejar a todos, as melhores memórias coletivas no “baú das lembranças” mas – e sobretudo, que estes 365 dias e mais seis horas tenham enriquecido, de amor, de carinho, o quê de bom foi.


Porém, lhe desejo algo mais.É encontrar a força, a persistência, o enorme trabalho em reverter o “que de bom não foi”!


E...só depende do que cada um escreverá, em seu “bolso de lembranças”.


Meu abraço.


daidypeterlevitz@hotmail.com



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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

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