2 de dezembro de 2009

Como falo sempre em impunidade, que é brasileira, fui dar uma espiada no dizer de grandes jornalistas, como o é esse aqui embaixo.
NÃO ACONTECERÁ NADA
Por Carlos Chagas
Dos sete casos e sete incisos do artigo 34 da Constituição que justificam a intervenção federal, nenhum se aplica à lambança verificada no Distrito Federal, revelada pela operação Caixa de Pandora. O que mais se aproxima prevê a medida para “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública”. Mesmo assim, seria contestado por qualquer aluno do primeiro ano da Faculdade de Direito, pois a reação do povo de Brasília à lambança de seus governantes limitou-se ao gesto de um cidadão envergando um nariz de palhaço, diante da residência do governador Arruda. A população daqui parece anestesiada, como de resto em todo o país, já que a corrupção tornou-se rotina na prática de todos os governos.

Mas nem será por isso que a intervenção federal deixará de ser aplicada. O Brasil inteiro está podre, em se tratando dos governantes. Raríssimos são os governadores e prefeitos imunes a cobrar comissões de não menos podres empresários interessados em conseguir contratos ilegítimos e irregulares com o poder público.

Acresce não estar o governo federal nem aí para mais esse escândalo. O máximo que se ouviu foi o comentário do correto vice-presidente em exercício, José Alencar, esperando que todas as denúncias sejam apuradas e os responsáveis, punidos severamente. Punidos como, meu santo? Serão os lambões a julgar a lambança. O governador dispõe de ampla na Câmara Legislativa encarregada de afastá-lo, além de se registrarem pelo menos nove deputados distritais flagrados recebendo dinheiro irregular enviado por empresários. No Tribunal de Justiça, três desembargadores tiveram seus nomes relacionados com a maracutaia, conforme degravações da Polícia Federal. E quanto a esperar que José Roberto Arruda, no Executivo, limpe o esgoto, nem pensar. Ou ele não é acusado como articulador e chefe da quadrilha?

Levantou-se uma réstea, apenas, do tapete de podridão, pois todas as denúncias referem-se às relações criminosas dos donos do poder com empresas prestadoras de serviços de informática. E quanto às que cuidam dos transportes públicos? Da construção civil? Das telecomunicações? Das obras de infra-estrutura? Da saúde, da educação, da alimentação e de tudo o mais?

A conclusão surge trágica: não interessa a ninguém o afastamento dos bandidos, quaisquer que sejam e onde estejam. Ficará tudo como está. Não acontecerá nada.

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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

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