10 de março de 2011

Feliz Ano Novo, Brasil pós carnaval!

Daidy Peterlevitz

É voz corrente que o Brasil só funciona é depois do carnaval. Você pensa que isso seja uma verdade? Eu não penso não! Analisemos. É o povo brasileiro todo que entra na folia? Não. Essa parte, então, tem o Ano Novo no dia 1º de janeiro e trabalha, normalmente. Conheço algumas pessoas que trabalham aos sábados, aos domingos e nos feriados. O que já é um exagero. E aquele povão carnavalesco, ligado às escolas de samba, e falamos de milhares ou milhões, o que será que eles fazem até que as festividades do Momo cheguem, para que a “sua” escola se apresente bem? Aquilo tudo que a televisão mostra não cai pronto, do céu ou nasce do inferno! Durante o ano todo, as equipes preparam, cada qual no devido setor, as fantasias, que são milhares em cada escola, a música-enredo, a bateria, os carros alegóricos, e tudo mais. Notem que algumas escolas de samba nem sequer possuem barracão adequado, funcionam na rua mesmo e, não raras vezes sofrem com o excesso de chuva. A apenas 30 dias antes do início das festas, três escolas cariocas tiveram quase que tudo destruído pelo incêndio de que todos tiveram notícia (E...cáspita, não é que se recuperaram ?!) Além do preparo, há os inúmeros ensaios de cada ala. Não é que se bota uma fantasia e sai dançando por ali, não! Há que marcar o tempo, há que cuidar da harmonia dos movimentos em conjunto ou em separado, da coreografia geral, do arranjo entre as alas com as diversas cores. Há que treinar o mestre-sala e a porta-bandeira, a bateria, a comissão de frente...ufa! é bastante trabalho. E, pelos milhares de participantes, em cada escola, você não pensa não, que o trabalho para o carnaval do ano que vem já comece logo depois de terminar este? Uma pergunta: esse pessoal todo, que ama o que faz e que se diverte...será uma casta de ricões todos voluntários? Nada disso, eles devem ganhar pelo trabalho, visto que, de ar ninguém vive. Então, é balela, invenção de uns de mal com a vida e com os vivos, que o Brasil só funciona depois do carnaval. Deve ser produto de inveja, de despeito, de frustração de alguns que gostariam do sucesso, mas que a única fantasia que lhes ficava bem era a de palhaço sem talento. (Nada a ver com o Tiririca). Lógico que os há, sim, aqueles que, de verdade, nunca trabalharam, só um “faz de conta”, porque herdaram o que os seus anteriores produziram. Na verdade do meu ver são uns infelizes que demonstram felicidade inexistente. Minha honrada mãe Julietta (Deus a tem), dizia sempre: “o trabalho é o regalo da vida!”.Mas, ela nada tem a ver com o carnaval. Ia, sim, aos salões de antigamente, em Nova Odessa, onde ou se era parente, ou amigo ou conhecido. Era diferente de hoje, bem mais feio, muito mais divertido, ao alcance de qualquer cristão. E se respeitava a quaresma. Agora, - e só cá entre nós -, essa história de não comer carne...”para não sacrificar” o animal, é uma baita de besteira não? Peixe pode e...nunca vi ninguém comer peixe vivo!

Voltemos ao tema. Creio que esse tipo de raciocínio errado, seja aquele mesmo que transporta “ao todo”, o que viu só numa parte. É pouco inteligente e se chama generalização. Amigos, fiquem distantes dos que afirmam coisas assim: “político é corrupto”, “médico é negligente”, “advogado é despreparado”, “hoje nada presta”, “nunca como antes”. Essas expressões nos deseducam e, fujam também de usar a palavra “sempre”. Isso não nos ajuda a pensar certo.

Amigos, torci muito, na terça, 08, pela Vai Vai, que inovou e, talvez passe a estimular nosso povão bom e trabalhador, na apreciação de menos “barulho” e mais “música” de verdade. O homenageado foi João Carlos Martins, um exímio pianista que teve a mão mutilada em acidente, mas...superando-se, tornou-se excelente maestro. Ele, emocionado, regeu a bateria do Vai Vai e, junto no carro, imaginem, uma orquestra! Ele trabalha muito e, estará, na sexta, 11, junto à vencedora. É muito bom reconhecer um elemento de progresso. Parabéns, Vai Vai, parabéns, maestro!

Daidypeterlevitz@hotmail. com

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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

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