31 de outubro de 2009

DITADURA
Por Carlos Chagas


Assustada, propriamente, a mídia não acordou, diante de mais uma agressão do presidente Lula às suas atividades.
Dessa vez o primeiro-companheiro afirmou “não haver mais formadores de opinião, porque se antes os meios de comunicação decidiam, hoje não decidem mais”. Para ele, o povo tem pensamento próprio, anda pelas suas pernas.
Com todo o respeito, é o que sustentamos nós, da Escola da Humildade, há muito tempo. A imprensa não forma, como apregoam certos veículos e certos coleguinhas de nariz em pé, arrogantes e presunçosos.

Cabe-nos informar, já que quem se forma é a própria sociedade, desde que bem informada sobre tudo o que se passa nela. Acresce que o povo nunca andou e jamais precisou de muletas, apesar de deixar-se enganar de quando em quando, mas sempre por pouco tempo.
Fica evidente a má-vontade do presidente Lula diante da mídia. Prevalece nele a mesma concepção dos governantes totalitários, de que a imprensa existe para exaltá-los, e às suas obras.

Além de insistir na negativa da razão de ser da imprensa, que é noticiar o inusitado, o diferente, aquilo que chama a atenção. As ditas “notícias más” tem prevalência sobre as “notícias boas”, não obstante os espaços a estas dedicados. É o mesmo que pensavam, e impunham através da censura, os governos militares.
Um general certo dia indagou-me porque os jornais divulgavam o atraso de uns poucos aviões e ignoravam que a maioria dos vôos saía e chegava na hora. Para não constrangê-lo pela referência de que seria ridícula uma manchete informando "estarem as aeronaves no horário", citei outro exemplo: se um cachorro morde um homem, não é notícia, mas se um homem morde um cachorro, a publicação será obrigatória.
De qualquer forma, a analisar está o fato de que o presidente da República parece afetado pela mesma epidemia que assola as ditaduras: informações, só a favor...

DITADURAS A FAVOR E CONTRA

Manda-se o selecionado brasileiro de futebol para o emirado de Omã, cuja capital, lembramos agora, chama-se Mascate. A CBF atendeu pedido do governo Lula para uma exibição de nossos craques naquele país, dia 17 de novembro, quando enfrentaremos o time da Inglaterra.
Nenhuma voz levantou-se no Congresso, na imprensa neoliberal, nos meios intelectuais, nos sindicatos e no próprio PT, para protestar contra a reverência que faremos a uma das mais antigas ditaduras do planeta.

Um dos motivos do périplo da seleção será comemorar os 69 anos de idade do sultão local, há trinta no poder. O problema é que Omã tem petróleo aos montes, de onde importamos razoável produção, para felicidade e maior faturamento da Petrobrás.
Coisa parecida acontece nos cinco continentes. Os Estados Unidos mobilizaram suas forças armadas para acabar com a ditadura de Saddam Hussein e tentar instaurar a democracia no Iraque. Mas dão de ombros para ditadura igualmente cruel instalada ali pertinho, na Arábia Saudita, onde famílias de sheiks exploram a população quase que desde os tempos de Maomé. Trata-se de uma ditadura a favor, pelos mesmo motivos da exploração do petróleo que levaram os “marines” ao Iraque.
Melhor fariam os senadores que quase impediram a entrada da Venezuela no Mercosul se tivessem protestado contra a exibição do nosso futebol numa terra onde não há liberdade de imprensa, ninguém vota e um sultão permanece no poder indefinidamente, nem precisando reeleger-se, como parece que fará Hugo Chavez.


EM CONSIDERAÇÃO AOS COLEGAS
Quinta-feira, nas sessões matutinas da Câmara e do Senado, assistimos fenômeno inusitado. No início de seus discursos todos os oradores, sem exceção, dirigiam-se aos plenários como se estivessem pedindo desculpas, afirmando que seriam breves, como foram, em consideração aos colegas prontos para viajar a seus estados no começo da tarde. Com isso, sacrificaram o conteúdo e a qualidade de seus pronunciamentos.
O problema é que as quintas-feiras são dias de trabalho normal no Congresso.

Também as sextas-feiras, e por que não os sábados?
Além de ser Brasília o domicílio de Suas Excelências. Tudo por conta do feriado da próxima segunda-feira? Parece que não, porque toda semana é a mesma coisa.
É por essas e outras que o senador Pedro Simon jamais será escolhido presidente do Senado e do Congresso.
Para ele, só os domingos seriam dia de interrupção dos trabalhos...

(Como já lhes disse, fartamente, Pedro Simon é independe e, porisso mesmo, não é, nunca, convidado pela corja toda")
Será que votaremos, seriamente, no ano que vem?
EU COFIO EM VOcÊ, meu amigo!
Daidy.

Um comentário:

Daidy Peterlevitz disse...

Já é bem mais amanhã que ontem, tive uns dias meio que atrapalhados e, data vênia, aos que lerem essa postagem,enxergeum o título e o autor, Carlos Cagas, exatament no tamanho que eles merecem!
Eu nou soube fazer isso, mas voc{e, meu leiotor, o fará!
Meu abraço, Daidy.

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Quem sou eu

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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

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