14 de outubro de 2009



O professor nu e...o nu do professor!
Daidy Peterlevitz

Esse magriço aí é a foto do professor do Estado de São Paulo, o mais rico do Brasil! Eu queria o magriço em movimento, mas... está cansadinho...e guarda as ultimas energias para, de pires na mão... pedir "esmola" ao Serra, que tem a cara de gerente de funerária!!
Que governo muquirana, o do Serra! ..nada de um aumentozinho aos professores!
Veja a que ridículo chegamos! Na quinta, 15 (escrevo na quarta, 14), ocorrerá um fato inusitado dos desvestidos professores. É que, lá na capital de S.Paulo, vão se reunir mil professores, num “ôba-ôba” reivindicatório, todo mundo nu!!...ainda bem que não conclamaram os aposentados!
Cintura grossa, barrigão saliente, ombros caídos, tudo tentando se ajeitar entre as pelancas, despencando tudo, facilmente, entre as rugas e a flacidez!
Seria um espetáculo cômico, tipo pelotão de...buchadas! Que anti-estético, que ofensa ao bom gosto, junto à incompetência.. Não sei se o professor nu vai adiantar...falemos do outro nu do professor e é assim, mais ou menos. O mocinho quer ser cirurgião dentista. Acha lindo o vestir-se de branco, com a máscara a evitar o mau-hálito; faz os exames, estuda e estuda, mas não passa! Sonhando de branco, estuda novamente. É reprovado. Desiste e...vai ser professor! Já a mocinha quer ser advogada, daqueles que tentam convence o júri de que seu assassino cliente não é assassino.Perde a causa. Vai ser professora, mesmo sabendo dos baixos salários e sem nenhuma vocação.
Eu também sou professora, você sabia? Só que, bem antigamente, o professor ganhava como o magistrado! E era de verdade, de vocação. Depois, tudo despencou no músculo da sociedade, que tinha que ser deseducada, despreparada, a tal ponto de, até,eleger o Congresso corrupto que temos, salvando as exceções!
Eu estranhei essa história do nu no magistério. E também estranhei o ocorrido no último domingo. Foi gozado. Explico: minha amiga, a Cidinha, que organiza passeios, convidou-me a ir à Valinhos. Valinhos me lembra frutas e, pelas frutas, vou com tudo!
Nada houve de estranho, quando o motorista Reinaldo esperou um minuto, enquanto eu fazia um rapa numa pitangueira plantada na calçada. Que feliz idéia, agradeço ao plantador.
Comecei a estranhar, quando, na Praça XV, um trepidante grupo de jovens arribou e foi ocupando as poltronas. Educados, me cumprimentavam. Pensei: alguém está no ônibus errado. Não. A Cidinha e o inseparável casal Maria/Antônio...também arribaram!
Que feira de frutas nada!! E nem Valinhos, era Vinhedo. E que calor! Que sol ardente, nem uma nuvenzinha sequer! O suor pinga pelo nariz e jorra pelas juntas todas, dobras e fendas inclusive.18.000 mil pessoas, todas jovens (menos nós quatro), filas e mais filas longas, muito longas, feito minhocas a se esgueirarem por aqui, por ali e mais além.
Cáspita! “Onoseionékêtô!!” Ora pois, era num parque temático. Odeio parques temáticos, uma verdadeira exploração sem um mínimo de requinte! É montanha russa prá cá é roda gigante prá lá (nessa fiquei meio que tentada) e mais um batalhão de recursos à cata de quem busca adrenalina. E o calor aumentava, a cozinhar nossas cabeças. Vamos comprar um boné? Vamos. E fomos e desistimos, que roubalheira! R$26,90 por um...bonézinho?! O sol Não nos dava trégua e foi quando me lembrei que, na bolsa, eu havia levado um caderno do jornal Primeira Página. E zaz-traz,na dobradura, fiz meu chapéu e, para combinar com o ambiente estranho, coloquei-o à moda do Napoleão Bonaparte, às avessas. Ficou meio estranho: uma idosa muito alta, muito magra, de cabelos brancos, num parque temático e com chapéu de jornal! E pasmem! Nada menos que o dr. escritor Deonísio da Silva, nada menos que o dr. ex-prefeito Newton Lima, nada menos que o dr. em Física Atômica e Molecular, o vice Emerson Leal e nada menos que o tucano Marquinho Amaral (que briga nos bastidores!) fizeram artigos naquele jornal.
Nunca minha cabeça esteve tão ricamente agasalhada!
Amanhã voltarei lá!

-No play center?

- Não, no pé de pitangas! Acho que você não entendeu é nada!

Visite: www.dnossoblog.blogspot.com

Um comentário:

Ivoninha disse...

Oi Daidy: Que bom vc mencionar a situação de penúria enfrentada pelos professores aposentados! Justamente à esta altura da vida, onde os gastos se amiudam (remédios, médicos, alimentação mais saudável) os vencimentos recebidos não satisfazem as necessidades imperiosas dos mestres de ontem... Sou filha, neta, sobrinha e afilhada de professoras e muito me orgulho... Mas, na hora de abrir umm crediário na loja para comprar alguma coisinha, aí é um Deus nos acuda... Bjs, querida ! Ivone

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

Arquivo do blog