RESSURGÊNCIAS DO FACISMO I
Azuaite Martins de França
Nada acontece por acaso. Muito menos na política.
As últimas decisões do governo brasileiro são extremamente preocupantes. As nuvens pesadas no céu da política prenunciam tempestade.
Cada vez mais, caminhamos para um Estado totalitário. Cada vez mais, encontramos forte semelhança com o processo italiano de criação do fascismo.
Lula quer ser igual a Vargas e Chávez. Mira-se no espelho de Perón, que se encantava com Franco e Mussolini.
Os descaminhos da esquerda nacional podem ser explicados a partir de 1.958.
Nesse ano, o Partido Comunista Brasileiro aprovou um documento conhecido como “Declaração de Março” que constitui o principal divisor de águas na esquerda brasileira.
Nela, o velho partidão decide que o caminho para transformar o país é a democracia. Com isso, o PCB rompe com os que defendiam a luta armada.
A coragem de dizer “não” à tradição golpista, dita revolucionária, custou caro ao PCB: perdeu inúmeros quadros e passou a ser perseguido pela esquerda e pela direita. A esquerda acusava-o de covarde e reformista. A direita compreendeu, de imediato, que a eficácia daquela decisão traria muito mais perigo aos conservadores.
Aprofundando sua política de alianças, o PCB empurrou as forças democráticas para a organização de campanhas vitoriosas. Foi assim que a ditadura militar foi minada e derrotada.
Mas não devemos nos esquecer que o esquerdismo infantil permaneceu de braços cruzados durante a campanha pela anistia, não ajudou Tancredo a derrotar os militares no Colégio Eleitoral e recusou-se a assinar a Constituição Cidadã de 1.988.
É por esse motivo que essa mesma esquerda, hoje no poder, se propõe revogar a Lei da Anistia, ao mesmo tempo que bajula a caserna e descumpre os preceitos constitucionais.
As ações do PCB, do PPS – seu herdeiro e sucessor – e de outras forças democráticas, ainda que não filiadas ao Partido, sempre foram sinceras.
Ao contrário disso, o esquerdismo golpista sempre se utilizou das instituições da democracia para conspirar contra ela.
A mais nítida ilustração disso é a discrepância abissal entre o ideário do PT na oposição e sua prática autoritária de governo imbuído em transformar o Estado democrático num Estado totalitário.
Quando faço tais afirmações, refiro-me ao partido em si, sem generalizações que atinjam a totalidade de seus membros, onde existem, ainda, brasileiros sérios e bem intencionados, iludidos, quase sempre.
Vejo nos métodos e nos objetivos do PT et caterva a ressurgência de aspectos de um fascismo reciclado. O Programa Nacional dos Direitos Humanos, por exemplo, é uma despudorada carta de intenções de um Governo corporativo e autoritário: consagra o desrespeito às decisões do judiciário, atenta contra o direito de propriedade, monitora a imprensa e restringe sua liberdade, entre outros tópicos.
Esse é apenas mais um capítulo de um projeto em que, mais importante que eleger um sucessor ao governo, é construir um Estado totalitário sem limites de poder.
Perto disso, Hugo Chávez ainda tem muito o que aprender.
Azuaite Martins de França, presidente do PPS, formado em Letras e Ciências Sociais pela UNESP, Advogado, Diretor do CPP e Presidente do Conselho Estadual de Alimentação Escolar do Estado de São Paulo – contatos: azuaite.franca@terra.com.br.
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