8 de setembro de 2009

Era uma vez... meu tio Higino.
Daidy Peterlevitz

Uma vez bem antigamente e me lembro do meu tio surdo-mudo Higino Gazzetta, irmão de minha mãe, Julietta, nascida Gazzetta, depois Peterlevitz, depois Balkans.
Esse meu tio era um caso sério!!
Não ouvia nada, não falava nada, mas percebia tudo!
Era caprichoso demais, gostava de casa limpa, e... até limpou a casa de uma sobrinha minha, um tanto desencontrada, que deixou a casa suja!
Ele foi lá limpou tudo e “xingou” muito, do jeito dele, tipo assim:
...HOOH.mmm!!!..GronK , GronK...Hunk! Pusk!...Funnk!...pô…
Sempre gostei dos “amores” de antigamente, muito sinceros e muito felizes!
Eu era apenas uma fedelha, mas a memória do coração não me falha!!
Parece que meu tio Higino gostava de mim e, de alguma forma “fui convidada” por ele, quando foi pedir, em casamento, a mão da tia Rosina!
Era um sítio.
Naquele tempo, acho que nem havia telefone e muito menos celular!!
Se chegava, mesmo, era de surpresa, quando o coração mandava!
Meu coração acompanhou meu tio Higino, surdo-mudo e lá chegamos...
A tia Rosina estava na roça. A colher milho!
E eu, fedelha, lhe avisei: Meu tio vem ai, a lhe pedir em casamento!
Minha tia Rosina gostou! Embora suada, sempre trabalhando, limpou o rosto de fagulhas das casquinhas do milho, tomou um rápido banho e aceitou a proposta de casamento do meu tio Higino, tipo assim:
“HOOH mmm!!! Gronk, GronK, ...Hunk! Pusk! Pô…
Essa minha tia Rosina, eu sempre gostei dela e nunca me decepcionou! Até me fez, em um dia, um vestido , muito correndo, para o baile de antigamente, “A Noite Azul!”
Em Nova Odessa.!
E lhe conto mais: essa minha tia Rosina, me fez o grande bolo do meu casamento!! Em três andares!
Um bolo lindo, branco como eu queria que fosse minha vida!
... não deu muito certo... eu devo ter sido a culpada, Mas...
Vale esta minha homenagem à tia Rosina e ao meu tio Higino o surdo–mudo que... sem falar e sem ouvir... deixa no meu coração... eternas lembranças!
O cassamento deles, deu erto!
Daidy.

Homenagem ao meu tio Higino e à esposa, Rosina

Um comentário:

Ivoninha disse...

Oi Daidy: Acredito no amor como forma de humanização! Este amor liberta a alma de seu catre e nos faz chegar mais perto do Pai! Linda crônica, parabéns! Um amor que superou todos obstáculos e colheu êxito! Bjs Ivone

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Quem sou eu

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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

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