1 de setembro de 2009

Pré-sal e Petro-sal.podem não dar óleo, já, votos, sim.
Daidy Peterlevitz

Começou bem antigamente. O continente Africano e o Americano estavam unidos.
Há 150 milhões de anos (eu disse que era bem antigamente), eles foram se separando e, entre eles, formou-se um grande lago onde se depositaram as rochas geradoras de petróleo.
Os rios corriam para esse lago e muita matéria orgânica foi ali depositada.
O lago aumentou e a água do mar iniciou nele a deposição de espessa camada de sal sobre a matéria orgânica, que se foi transformando em hidrocarbonetos, ou seja, petróleo e gás natural.
Há 30 anos a Petrobrás vem tentando comprovar a existência de petróleo.
Era no tempo do Figueiredo, “ a mãe dos pobres e o pai dos ricos”, mas as descobertas não foram significativas até 2005. (O Lula é pé quente mesmo!).
Passemos agora à festa em que o governo apresentou o novo marco regulatório do Pré-sal, nesta segunda
Durou duas horas .
Equipe de pessoas importantes: Ministro Edson Lobão, das Minas e Energia, Sarney e esposa, Michel Temer, Presidente da Câmara, Lula! E..Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, daquele amigo José Dirceu, mandante muito, ainda.
Devo admitir que a Dilma seja valente e não desiste, nem do câncer, nem em ser a substituta do Lula.
Fiquei muito admirada com os conhecimentos técnicos dela! Que baita de memória para números, para estatísticas; ela é grande nos argumentos!
Falou sobre a nova proposta, ( que presumi, daria maior poder ao governo de plantão), sobre os direitos, no Pré-sal e aprendi que, na história toda, há “concessões”.
Concessão é um direito que alguma empresa assume, pagando um “bônus” à União, para a exploração do petróleo, por conta e risco. Se encontrar, sorte; se não, azar!
Aprendi, que, além das concessões, há as “Partilhas”. Tirando os já 28% concedidos em “Concessão”, restam 72% , para as partilhas. Que...nas melhores das intenções , resultariam no lucro sobre um ótimo investimento dos valores. Na gerência e vigilância disso, estaria a Petro-sal, um corpo de técnicos altamente qualificados
..
Os royalties seriam, de extremo benefício , com o previsto no “Fundo de tipo poupança”, e tudo, bem tudo, em prol do desenvolvimento “sustentável”, com investimentos em tecnologia de ponta, Educação, Cultura, e tudo a diminuir a imensa distância que existe, neste país, entre poucos muito ricos e muitos, muito pobres. Coloquei entre aspas o adjetivo “sustentável”, de uso corrente nas falas da Marina Silva e “nunca antes” ouvida da Dilma.
Vale lembrar que no mundo, há 202 países (não juro sobre esse número e...não houve tempo em eu refazer a contagem). Apenas 24 são produtores de petróleo e 18 deles usam do sistema “concessão-partilha”. Voltemos.
A distribuição desses royalties, é um ponto muito polêmico e não interessou ao governo assumir o risco em fazê-la. Deixou ao Congresso, em regime de urgência, apreciar e votar o pacote todo. 45 dias à Câmara e 45 dias ao Senado.
Vale ter em mente que as novas regras do Pré-sal ampliam o poder do Estado na exploração do petróleo e aí...creio que o povo gostaria de ver um grande pacote anti-corrupção, anti cabide de empregos, com real proveito da riqueza aos brasileiros...
Se a memória não me falha, já vi, há 29 anos atrás, esse filme, com a riqueza de Carajás, de que meu povo nada desfrutou!
Essa ampliação do poder do governo não foi bem vista, na segunda, e o valor das ações ordinárias da Petrobrás caíram 4,5%.
Se eu fosse uma cidadã não crítica, depois de ouvir a equipe, por duas horas, me sentiria qual garimpeiro que encontra gema valioso e fica...rico! Não é assim tudo é muito demorado e a pressa me pareceu de fundo político. Desconfiei disso quando a proposta dessa reunião – enriquecedora – não foi feita pelo Edson Lobão, ministro das Minas e Energia, mas, sim, pela Dilma Rousseff, muito necessitada em aparecer de forma positiva, depois de algumas aparições infelizes.
A última cartada da Dilma Rousseff, em continuar “candidata”...depois que ”se” ressuscitou o
grande ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a disputar-lhe a vaga...à presidência?!...
Coisas da política, aguardemos até 2020.e saberemos dos fatos.
Pois é! Até lá...quem nos garante que os 178 países não...”oleosos de petróleo”, fiquem de braços cruzados, sem buscarem alternativas à novas matrizes de energia, tipo eólica, tipo solar, tipo outra coisa que seja ...?
O petróleo, então, valerá tanto, como fonte esgotável que é? O adjetivo “sustentável” (não esgotável) não constaria do vocabulário desses 178 países?
Aí você, caro leitor, com razão, me criticaria:
- Daidy, você faz muitas perguntas, eu quero respostas!
- Não as tenho, caro leitor! Sou uma admiradora do filósofo Sócrates (499 anos antes de Cristo), que afirmava” Sei que nada sei!” e apenas perguntava e, perguntando, conseguiu que um grego escravo, analfabeto, demonstrasse um antigo teorema matemático! O método dele, a “maiêutica”do Sócrates, levava ao pensar!
Cáspita! É isso que estou tentando fazer! Estou tentando pensar...só tentando pensar!
E, inda que mal lhe pergunte, aceita meu abraço?
daidypeterlevitz@hotmail.com
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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

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