2 de agosto de 2009

O Zorro.

O Zorro!

Eu não sei se já contei – tenho certeza de ter falado dele – talvez você não tenha lido. Vou repetir! O Zorro é um autentico vira-lata, exatamente como eu sou...como você é, como o Lula é...como o Brasil o é!
Deixe-me começar...pelo começo: aí eu vim morar no Bairro Nova Santa Paula. E, ao arrumar minha cabana, com pedreiros e tudo convidei meus filhos Mario e Giulio, a conhecerem minha propriedade.
E foi um caso sério: um corintiano cão, branco e preto, havia resolvido tomar conta de mim!
O meu querido Zorro!! Um autêntico vira-lata!! A todos impedia de entrar... “em casa”
Eu me levanto muito cedo... e, pela saúde, faço uma longa caminhada... xereta, vou andando por todos os bairros ao redor do kartódromo.
E o Zorro vai comigo!!
Eu nem falo “bom dia” para ele!
Ele nem fala “bom dia para mim”.
Eu apenas lhe afago a cabeçorra.
E... para agradecer-me ( eu acho que seja assim)...ele abana o rabo de forma muito digna, para mim!
Eu não sei se você acredita... mas o Zorro sorri para mim!
Esse cão, de cores corintianas...adotou-me, vira-lata, como todos nós...somos!
Olha, para você andar no kartódromo....há um grande cartaz na entrada:
NÃO É PERMITIDA A ENTRADA DE CÃES
Só que o Zorro me acompanha...e... já no portão, ao eu dizer a ele que não pode entrar...o zelador afirma
“Cachorro não pode...mas o Zorro pode entrar”. Como a me desafiar, ele me olha e, uma orelha levantada, outra caída, o que me lembra o boné xadrez dos nobres ingleses, num campo de golf, com muito charme, olhar distante, de sábio que olha o infinito...ele me diz : “Viu?!!”
Que vira-lata importante!!
Como eu...como você.. como o Lula,.como tantos bons brasileiros!! Gente boa sempre tem uma brecha de entrada!!
Vamos parar de romantismo e vamos falar sobre coisa sérias!
Aí, sinceramente, me confesso completamente ignorante!
Quanto dura um cão?
Quantos anos, em média, eles vivem?
Eu não tenho a mínima idéia disso! 12...13 anos...15?
Sou bastante ineficiente!!
Porém...tenho notado que o ZORRO insiste em entrar na minha casa!
Quando vem o medidor de luz... eu abro o portão!!
O Zorro vem junto, sempre grudado que está, ao meu portão!
E insiste em entrar...
Quando vem o medidor de água...eu abro o portão!
É o meu Zorro que entra, ligeiro...primeiro!!
Ele não é meu...nem de ninguém!!
Ele não tem dono...como eu também!
Só que...há dias...ele..quer ficar aqui....!!
O Zorro me parece mais triste...
Você sabe que cachorro é muito mais forte que nós...?Você sabe que cachorro não geme e nem reclama de dores...?
E fiquei pensando... e analisando...
Acabei achando que cachorro vive muito mais que nós... ele vive na memória da família...desde a infância à velhice...ele compartilha de todas as nossas aventuras...
Vou agora falar do Popinho, que ficou sendo do meu filho Giulio. Também um viralatinha,(não meu filho), o Popinho, negro como a noite sem luar, como a mãe...que era muito...prolífera! E...com tantos cãezinhos nascendo sempre...nós os colocávamos em casas de “ família”. O Popinho foi ficando, porque era um pouco cego. Mas, visse você o trabalho que ele deu, quando morando em Campinas, na Chácara Primavera, local isolado, policiais viram meu portão aberto e queriam entrar...o pequeno e negro e pequeno Popinho deu o quê fazer!! Nenhum entrou!! Nessa oportunidade, ainda havia o Peri, um gigante cão fila brasileiro, com pedigree, nome e sobrenome.
Esse cão me foi dado pelo saudoso Atilla Radics, num dia de final de campeonato de futebol. O Brasil ganhou da Escócia. Patas imensas, foi crescendo e comendo imensos sacos de ração frolic. Antes eu fazia uma sopa com pescoço de frango...ele comia 16!!
Eu conservava sempre cães fora de casa, no quintal. Foi quando mudei-me para Santos. Meu filho Mario se casava e a casa de Campinas, ficaria para ele e a esposa.. Bem...assim que minha mudança saiu, meu “obediente” filho abriu a porta e chamou dentro o Peri. Ambos brincalhões, corriam, um atrás do outro, pelos quartos, pelas salas acarpetadas, pela cozinha! Uma farra!!
Mãe é bom...mas dura muito!!
Bem...para encurtar a história, quando o Peri morreu, em Campinas, meu filho o levou a ser sepultado no quintal da casa da minha mãe, em Nova Odessa. E ali foi plantado um pé de ipê branco.
Sabemos que nada se perde, nada se cria...tudo se transforma!!
As flores que ali se abrem, lindas e brancas...são um momento de saudade, um momento de amor, um testemunho do sabor que existe numa forte relação entre duas fidelidades: a de um moço e a de um cão!!
Esse artigo vem em função de que o ZORRO, já velhinho, com muitos fios de barba branca...meu velho amigo...está agora sobre um meu tapetinho de barbante branco... dentro da minha casa e não arreda pé!...
Acho que ele veio morrer comigo!!
Só que, apalpando sua barriguinha, constatei que ela estava sem nada dentro!!
FOME!!! Como muitos brasileiros!
Lógico, liguei para meus amigos do sacolão Okino: “Luiz, estou com o Zorro aqui...o que você me aconselha? (depois de lhe explicar a situação).
Tenho aqui um alimento próprio para cães. Em lata!
Me manda dez!
Vai devagar! Muito pode fazer mal!
Sim... sim, sou uma pessoa “ponderada” (Deus me perdoe a mentira!)
O Zorro comeu três e...feliz, depois saiu, latindo contra todas as bicicletas que têm um ciclista em cima!!
- E carros, ele não ataca?!
- Não! Com a idade, duas rodas fazem o máximo que ele pode enfrentar!!

O meu Zorro morreu, mas...a saudade dele reside inda neste peito idoso, que vive latindo e latindo, no “Nosso Blog”
Não quer aprender a latir, não?
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São Carlos, São Paulo, Brazil
Daidy Peterlevitz é aposentada, com qualificação para lecionar desde a pré-escola ao Colegial (Matemática e Física).Tem trabalhos publicados na Antologia “A Pena e a Lua”, da APEBS - Associação dos poetas e escritores da Baixada Santista.É autora dos livros As Duas Faces da Mesma Moeda e Quatro Bruxas no Elevador, lançado na Bienal do Livro, em S.Paulo. É autora do projeto DEMBLI, que facilita a circulação de livros, em escolas sem bibliotecárias. Trabalha em seu projeto no qual afirma que o bebê pode e deve aprender a ler. Também fez parte do antigo "SEROP" que funcionava no G.E Oswaldo Cruz, em São Paulo, sob a direção do sr.Jocelyn Pontes Gestal. Era orientadora de Ciências. O grupo, estudava a filosofia e a pedagogia de mestres, preparava apostilas, ia à inúmeras escolas, em S.Paulo e arredores, levando orientação diretamente aos professores ou,se distante como Sta. Izabel, aos diretores, que as passavam aos professores. Atualmente, escreve para seis jornais e, a todos agradece pelo espaço cedido.

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